“Eminentíssimo Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa,
Exm.º e Revm.º Senhor Bispo do Porto,
Meus Senhores:
I – Quis Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo do Porto, sob o alto patrocínio de Sua Eminência o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, honrar a memória do Cónego Correia Pinto, exaltando-o na sua obra, e na sua vida, engrandecida pela morte, apontando-o como clarão e exemplo que as trevas da morte não extinguiram. À recordação do Cónego Correia Pinto se ajustam melhor que quaisquer outras, as suas próprias palavras: “Recordar estas vidas de recorte acentuadamente cristão, o mesmo devia ser que segui-las no caminho que fizeram. Luzes cada vez mais raras no meio de sombras cada vez mais espessas. A própria morte dá-lhes mais relevo, vigor e eficiência, como o vento faz às chamas na escuridão da noite.”
Concedeu-me, generosamente, Sua Excelência Reverendíssima o privilégio de usar da palavra nesta sessão de saudade. Aceitei-o, como se viesse ainda, ao falar do Cónego Correia Pinto, acolher-me ao calor da sua amizade, sem me dar conta de como é difícil, se não compreender, explicar na sua simplicidade, a sua obra e o seu espírito.
A simplicidade é como a luz; só ela pode iluminar-se a si mesma. Decompô-la é traí-la.
O Cónego Correia Pinto morreu; a morte é companheira da vida. Mas não é separada dele, que a sua obra perdura. Há obras humanas que se fazem e modelam na ânsia de criar imortalidade fora de nós; mas há também uma ânsia de imortalidade que vive em nós, e que, dos espíritos eleitos, se comunica directamente às próprias obras. Tem este carácter a obra do Cónego Correia Pinto; mais do que os parcos escritos que deixou publicar, a sua obra era ele mesmo.Perdoar-se-me-á assim, ao evocar a personalidade do Dr. Correia Pinto, a pretensão ambiciosa de falar da sua obra? Será apenas um testemunho medíocre da sua irradiação, pois que não saberia fazer a análise do seu valor. Sirva-me de desculpa, a convicção de que para a compreender não bastará a inteligência fria.
Exm.º e Revm.º Senhor Bispo do Porto,
Meus Senhores:
I – Quis Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Bispo do Porto, sob o alto patrocínio de Sua Eminência o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa, honrar a memória do Cónego Correia Pinto, exaltando-o na sua obra, e na sua vida, engrandecida pela morte, apontando-o como clarão e exemplo que as trevas da morte não extinguiram. À recordação do Cónego Correia Pinto se ajustam melhor que quaisquer outras, as suas próprias palavras: “Recordar estas vidas de recorte acentuadamente cristão, o mesmo devia ser que segui-las no caminho que fizeram. Luzes cada vez mais raras no meio de sombras cada vez mais espessas. A própria morte dá-lhes mais relevo, vigor e eficiência, como o vento faz às chamas na escuridão da noite.”
Concedeu-me, generosamente, Sua Excelência Reverendíssima o privilégio de usar da palavra nesta sessão de saudade. Aceitei-o, como se viesse ainda, ao falar do Cónego Correia Pinto, acolher-me ao calor da sua amizade, sem me dar conta de como é difícil, se não compreender, explicar na sua simplicidade, a sua obra e o seu espírito.
A simplicidade é como a luz; só ela pode iluminar-se a si mesma. Decompô-la é traí-la.
O Cónego Correia Pinto morreu; a morte é companheira da vida. Mas não é separada dele, que a sua obra perdura. Há obras humanas que se fazem e modelam na ânsia de criar imortalidade fora de nós; mas há também uma ânsia de imortalidade que vive em nós, e que, dos espíritos eleitos, se comunica directamente às próprias obras. Tem este carácter a obra do Cónego Correia Pinto; mais do que os parcos escritos que deixou publicar, a sua obra era ele mesmo.Perdoar-se-me-á assim, ao evocar a personalidade do Dr. Correia Pinto, a pretensão ambiciosa de falar da sua obra? Será apenas um testemunho medíocre da sua irradiação, pois que não saberia fazer a análise do seu valor. Sirva-me de desculpa, a convicção de que para a compreender não bastará a inteligência fria.
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